O QUE É O PROJETO FÉ LATINA?

O Projeto Fé Latina é uma marca criada pelo fotógrafo Beto Ambrosio, depois de viver uma das experiências mais marcantes de sua vida: uma viagem de bicicleta por toda a América Latina. Passou 2 anos e 8 meses pedalando 25.160km, por 17 países do nosso continente. 

Apaixonado pelas culturas e paisagens do mundo, o viajante saiu em um grande mochilão, com sua bicicleta, para conhecer o que estava pra lá das fronteiras. No dia 2 de dezembro de 2012, dia do seu aniversário de 25 anos, iniciou essa cicloviagem e seu estilo de vida nômade. Saiu do portão de sua casa e foi até o México. Chegou lá e voltou, até chegar novamente em sua terra, Araraquara, interior de São Paulo.

O nome dado ao projeto surgiu de sua paixão pela América Latina, seus povos e culturas. Fé Latina representa o amor que o autor sente por todas as pessoas que o ajudaram ao longo do caminho e por algo que está além da nossa capacidade de compreensão, algo que guiou o viajante (e sempre nos guia) ao longo dos caminhos da vida. Uma Fé em uma inteligência perfeita que o permitiu total entrega ao mundo, o qual ele desbravou de coração aberto, ciente de que tudo iria passar da forma perfeita, da forma como deveria ser.
“...um continente escancarado aos meus olhos. O mundo me ensinou em 32 meses o que tanto demorei pra entender. A beleza que há dentro do coração humano me mostrou o que é a gratidão. As diferenças me ensinaram sobre a igualdade, afinal, somos uma coisa só. A Fé já não é uma crença, é um laço. O amor e a paz são nossos grandes tesouros, busquemos até encontrar; mas, se estiver difícil de achar, não se preocupe, as dificuldades nos mostrarão o caminho...” (Trecho do livro Fé Latina)

DE ONDE SURGIU ESSE SONHO?

Meu pai, Roberto Ambrosio, mais conhecido como "Terror",  fazia viagens de bicicleta nos anos 90, pelo estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Além de cicloviajante, Terror foi caminhoneiro nos anos 80, paraquedista, fotógrafo. Taí a minha grande inspiração. Cresci ouvindo suas histórias e me inspirando.

Uma vez, em seu aniversário de 50 anos, ganhou de presente um livro chamado ¨Caminhos¨, do Argus Caruso, um mineiro que fez uma volta ao mundo de bicicleta. Aquilo me marcou e eu me lembro de ter dito pros meus pais, com o livro nas mãos e os olhos brilhando: ¨eu vou fazer isso¨. E a partir daí comecei a sonhar. Fiz duas viagens pelo Nordeste, nos verões de 2011 e 2012, e essas viagens me encorajaram ainda mais. Só que eu queria algo maior, queria cruzar fronteiras de países, e não só de estados. 

O sonho foi crescendo, até que um dia, algo incrível aconteceu em minha vida, e eu, recém formado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Maringá, consegui um patrocínio para realizar o maior sonho da minha vida. A forma como aconteceu foi mágica. Eu não fui atrás, mas ele veio até mim… mas os detalhes dessa história eu deixo pra você conhecer durante a leitura do livro Fé Latina.

POR QUE BICICLETA?

Viajar de bicicleta me proporcionou a sensação mais incrível da minha vida. A leveza, a liberdade, a forma como nos deparamos com as paisagens e, principalmente, com as pessoas, é algo encantador. As pessoas te miram e, claro, ficam curiosas. Se aproximam, chegam para conversar, querem saber tudo sobre o que um maluco está fazendo com uma bicicleta toda carregada, e naturalmente, sem pensar duas vezes, lhe convidam para comer e dormir na casa delas.

Conhecer o mundo com calma, sentindo o cheiro das flores e do feijão das casinhas que estão na beira da estrada, não tem preço. Receber sorrisos das crianças, das senhoras e de todas as pessoas que cruzam o caminho de um cicloviajante, faz com que nunca mais queiramos parar de viajar dessa forma. Então é por conta de todos esses motivos, e muitos outros que escolho a bicicleta como meio de transporte para minhas viagens.
 
ONDE DORMIA?

Como adiantei na pergunta acima, eu era convidado, com muitíssima frequência, a dormir na casa das pessoas. Digamos que 50% do tempo em que passei viajando, eu ganhei cama, comida e carinho das pessoas mais maravilhosas e humildes do nosso continente. Os outros 50% se dividem em dormidas na barraca, nos postos de gasolina, escolas, igrejas, praias, desertos, praças públicas, bombeiros, postos policiais, e as vezes, quando eu queria muito dormir quieto e confortável, eu buscava um hotel, que muitas vezes era pago pelas prefeituras locais.

O QUE LEVAVA?

Em minha bagagem eu carregava só o necessário para sobreviver. Se eu levasse algo desnecessário, eu mesmo é que teria que carregar. Quatro trocas de roupa, barraca, máquina fotográfica, saco de dormir resistente a -18°C, notebook, mini panelas, mini fogareiro e pronto, posso ir pra qualquer lugar.

QUANTOS FUROS NOS PNEUS?

Essa é uma pergunta que sempre me fazem, mas infelizmente não consegui contar. Eu precisaria contar fazendo quadradinhos de 5 pauzinhos em um caderno, mas as páginas desse caderno não seriam suficientes. Exageros à parte, foram muitos, muitos furos nos pneus, e muita paciência para consertá-los, quase sempre debaixo de um sol escaldante.

QUAL O LUGAR PREFERIDO?

Não tem como dizer, seria injusto. Todos os países tiveram seus encantos, e em todos os lugares eu fui bem recebido, todos os povos, todas as classes sociais, sempre abriram as portas de casa e do coração, com muito amor para me ajudar.

PENSOU EM DESISTIR?

Nunca.

GRANDES LEMBRANÇAS?

Os quatro dias em que passei pedalando sozinho pelo Deserto do Atacama, acampando no meio do nada, com o céu mais estrelado do mundo, ou o dia em que conheci a neve, dormindo na minha barraca, no alto da Cordilheira dos Andes, aos pés de uma lagoa exuberante (Lagunda del Inca), são lembranças que me enchem o coração de alegria.

Tenho lindas lembranças também das montanhas que subi ao longo dos mais de 10 meses em que estive pedalando pela Cordilheira dos Andes, com subidas de até 70km, que chegavam a alturas que ultrapassavam os 4.000 metros sobre o nível do mar.


Ou dos dias em que cruzei o mar do Caribe em um veleiro com mais 16 pessoas do mundo inteiro, dormindo nas paradisíacas ilhas do Arquipélado de San Blas. Lembrar do dia em que cheguei no México, depois de 1 ano e meio de viagem e mais de 17 mil km pedalados. O dia em que voltei pro Brasil, depois de 2 anos sem falar português, quando cruzei a fronteira da Venezuela com Roraima. Ou dos dois dias tão especiais: o dia da partida e o dia da chegada.

Mas o que mais me emociona, sem dúvidas, é lembrar da bondade que existe no coração humano. Lembrar da beleza das pessoas tão humildes que me ajudaram, muitas delas que não tinham quase nada, e dividiam tudo o que tinham.

SURGIMENTO DA MARCA

Dois anos depois do fim da viagem, depois de muito trabalho, o livro Fé Latina finalmente foi lançado. Ele veio ao mundo graças a um financiamento coletivo de projetos (Crowdfounding) que fiz para arrecadar os fundos necessários para a primeira edição. Mais de 700 pessoas participaram da campanha, comprando antecipadamente os livros que só chegariam na casa delas 3 meses depois, quando a impressão dos primeiros 2000 livros estivesse pronta. 

A campanha foi um sucesso, os livros chegaram em minha casa e eu passei mais de 45 dias assinando todos eles, um a um, fazendo uma dedicatória especial para cada pessoa que participou. A elas devo eterna gratidão. 

Dois anos depois do lançamento do livro, o estoque se esgotou. Os primeiros 2 mil livros foram vendidos para todo o Brasil e chegou a hora de lançar a segunda edição. Para a segunda edição e lançamento do e-commerce, realizei o sorteio da minha kombi.

Junto aos livros, outras duas grandes novidades: roupas e quadros. Eles surgiram na metade do ano de 2020.

"Encontrei nos meus produtos uma forma de expressar e compartilhar o amor que sinto por tudo o que vivi e seguirei vivendo em minhas viagens. Cada item dessa loja carrega uma história marcante, uma experiência vivida e todo o carinho que tenho por todas as pessoas que me ajudaram, todas as paisagens que minhas retinas puderem ver e minhas lentes fotografar".